terça-feira, 14 de agosto de 2012

Insónia



Revolvo o corpo no lençol,
tento esvaziar a mente,
fecho os olhos,
e digo a mim mesma que tenho de dormir.

Há noites assim,
em que o corpo não quer descansar,
não quer desligar,
não quer que o dia acabe e comece um novo.

A cabeça revolve as mesmas músicas,
vezes e vezes e vezes, sem conta,
os mesmos pensamentos,
que já foram pensamentos de outros dias e de outras noites,
de outras horas,
e que por vezes julgo esquecidos e apaziguados na alma e no coração.

Pensamentos trazidos por palavras,
por imagens,
por memórias,
que não foram além do que agora é o passado,
e que não sabem existir segunda vez,
a não ser quando revividos na minha mente.

Convenço-me de que "o que tem de ser, tem muita força",
mas também me pergunto como seria,
se as coisas tivessem sido diferentes,
e se elas ainda podem ser diferentes,
como é que eu seria se elas fossem diferentes.

Há noites assim,
em que a cabeça não pára,
trabalha mais do que durante o dia,
amassa as mesmas ideias uma e outra vez,
faz as mesmas perguntas um número infinito de vezes,
e dá mil e uma respostas.

Há noites assim.



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