sábado, 29 de novembro de 2014

O aperto

Como um lenço rendilhado,
esburacado,
amachucado,
maltratado.

O buraco negro abre-se,
negro, tão negro.
Mais negro que a negritude de uma noite de Inverno,
e está frio, tanto frio...

As mãos gelam-se,
o coração sangrou,
a água brotou,
o peito abriu,
a dor saiu.
Mas também ficou.

Quem foi?
Quem disse?
Quem atirou?
Quem negou?

Dói,
abre a dor.
Diz-lhe para ficar.
Diz-lhe que sim.
Aceita, espera que fique.

Verdade.
Qual é o rumo?
A dor saiu,
presa num soluço,
num sacudir do corpo.
Mas também ficou.

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