sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tempestade/Bonança



Grossos pingos de água escorrem.
Fazem corridas entre eles para ver quem chega primeiro ao meu parapeito.
Chama-se chuva e cai no vidro da minha janela.
Ninguém a pode parar.

Olho para além dessas gotas, olho para cima,
vejo as nuvens furiosas, negras, contra o vento, tentando rompê-lo.
O vento responde-lhes com violentos rugidos.

Em baixo as pessoas abrigam-se,
usam os guarda-chuva que quase levantam vôo.
Os cabelos desgrenhados agitam-se, mal se vêm os seus rostos.
As roupas ensopadas enregelam-lhes os corpos.
Tentam apressar-se mas o vento ainda discute com as nuvens.
As árvores abanam imparáveis,
parecem gigantes enraivecidos.
A Tempestade é incontornável.





Bonança

As nuvens cansadas, abrandam o ritmo,
vão desacansar para os lugares onde precisam delas.
Deixam descobrir um imenso céu azul que contrastaria com o mar.
O vento, acalma-se e já só se sente uma brisa leve.
Um alegre arco-íris espreita timidamente.

As pessoas fecham os guarda-chuva encharcados, ajeitam os cabelos despenteados.
Encaminham-se agora para casa para secarem a roupa.
As árvores mal se mexem.

Depois da Tempestade vem a Bonança.

Sem comentários:

Enviar um comentário